quinta-feira, 13 de agosto de 2015
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trajetos obliterados, repetida inconclusão. percebo que o ralo já não dá vazão à água, as portas pendem, mas não me desespero. talvez alguma devoção, o apetite obscuro pelo colapso, memórias irreveláveis que carrego como tesouro. o toque gelado das estátuas, os dias de rompimento entre os dias paz, fugas noturnas pela escada de incêndio. calamidades da boca pra dentro. esboço um autorretrato: AB+, brasileira, leão, concilio contrários como quem adestra animais. dragão no chinês. não perco de vista a possibilidade do ataque. regida por astros de rápida rotação, volto sempre à mesma e antiga pergunta. faço um esconderijo em cada gesto revelador, prefiro os percursos por terra, mas não abro mão da magia. eróticos são os desvios rente ao ponto de chegada. nudez é laboriosa invenção. minto sem pesar, menos quando nego esmolas ou escrevo, que é quando a verdade se mostra ineficaz. encurto a vida das plantas, mas acho que tenho jeito para acalmar crianças. preciso exaltar as contingências para acreditar nos golpes de destino. no mais, a repetição daquilo que nos aparta e nos mantém.
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