terça-feira, 25 de agosto de 2015

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Remorso na sala de embarque. Procuro explicação nas entrelinhas, nas alterações do tom de voz. Revisito as últimas horas com rigor. Folheio o manual com ceticismo. Liberdade alardeada em todas as trocas, mas por enquanto nenhum fascínio. Turbulência em terra firme. 
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Experimentos com telepatia. Endosso a greve geral.    
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Radiografias, lentes, estudo minucioso do céu. Sinto vontade de chorar, mas seguro a barra. Adianto os relógios em segredo, tento melhorar a minha escrita com obscuros rituais: dou vinagre aos pássaros, faço jejum, durmo com a cabeça virada para a África meridional, alimento cães enfermos.  Preparo-me para o eclipse parcial. 
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Invisto na comunicação não-verbal. Meus sonhos estão permeados de imagens que são, a um só tempo, acesso e separação - pontes, corredores, escadarias. Também sonho com maquinarias engenhosas feitas de matéria frágil. Há uma presença que não determino e que me perturba. Ontem sonhei que embarcava por uma imensa plataforma em um avião feito de gelo. Passo a limpo o cronograma. 
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Hoje eu estou forte. Somem facilmente do meu pensamento as ideias de separação e guerra, invisto em longas caminhadas e delicadas manufaturas. Abdico das tipologias e das classificações. Desisto de determinar quem deu o primeiro passo. Não quantifico o interesse. Substituo a observação pela tentativa.  

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