domingo, 27 de fevereiro de 2011

olhos como flores negras
meu amor navegando agreste
10058 metros acima
primeira travessia perigosa
meu medo, eu te agradeço
nenhuma inundação
descanso aos pés da torre
sozinha no museu
folheando livros, escolhendo pela capa
não entendo palavra
noites de surdez
penso que assaltaram minha casa, penso em impérios decadentes, penso que tua pele é labirinto
durmo com o cabelo úmido
nem lembro mais do rosto dele
escalo escombros
cartografia adulterada
me visto para casar
choro entre estátuas, desenho pedras, sinto dor
sístole e diástole ante o mar
porcelana chinesa, expedições polares
visito barcos, tenho pesadelos, navego
vous êtes tout excusé de votre oubli
estudo a fuga
99 dias depois: 3 verões num mesmo ano, mais cabelo, deixei passar, perdi o medo das coisas óbvias, vertigem e excitação de não saber, roçar hermetismos com a pele, ceticismo sensível, vulgaridade rara, hoje isso sou eu, sexo na claridade, tornar o passo lento numa chuva fina que até dói
o que te soa simples
pra mim é
quente
feito fogo

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