mínima, dispersa, epistolar
mínimas ciências, clarões precários, iluminações corpóreas. como seres que conjuram a própria luz, bestas abissais e estranhos insetos, construimos nossos dias, abrindo caminhos com o corpo, forjando o sentido e o nome de tudo que nos precede, inventando o nome impronunciável de Deus. amplitude de mistério, nada é desprovido da estranha alquimia de ser mundo.
não morremos. a onda se desfaz em naufrágio, nossos corpos deitam entre escombros. eu acordo primeiro e te acaricio o rosto inerte experimentando tua pele-braile. e as nossas mantas úmidas testemunham um amor faminto. em honra ao abençoado esquecimento de nós mesmos, fincamos cruzes nos solos não arados e rezamos nossas missas iletradas. no princípio era o verbo, e nosso verbo era tocar.
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