25.10.2010
biblioteca, meio da tarde, calor, arrependo-me da roupa que visto, quase vazia, um homem passa toda hora pelas escadas, de um andar ao outro, invento ocupações, indisposição, nunca você.
raciocínios desprendidos. ângulos, bichos, grade e inconstância. penso em dicotomias íntimas, amantes. fujo de qualquer meio termo, da economia prudente. meço pelo excesso cambiante, descontrole móvel. meu espaço, meu trajeto inseguro, minha origem inventada, meu irrompimento. alteridade, berço, ímpeto, remorso ausente. estudo e esqueço, construo, minúcia, e descuido, bruta. sem ressentimentos, paralisias, medo ou mansidão. quero o equilíbrio dos contorcionistas, dos acrobatas. a rigidez enlouquecida de quem caminha sobre um caminho mínimo diante de um abismo fundo. curar buraco no estômago com ficções em torno do esburacar, ou melhor, nunca curá-lo. viver a angustia, alegremente, dançando no fundo falso de cada terreno acidentado. rompante, taquicardia, mágica e despreparo. texto sem apoio, premissa incendiável.
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