segunda-feira, 11 de abril de 2011




Quis evitar e vinda e vim. Meu corpo, a casa, o segredo de coisa alguma. Ar guardado, onde foi soprado o grande mistério dos espaços e dos tempos e ninguém ouviu. Violência súbita, inércia maculada, espaços contornados, densa espera. Não sei o que fazer com esse excesso que me é dado. Que se crie um império, que se inventem todas as coisas, que se curvem os súditos de poeira e luz. O vulto que me escolta. Graciosamente: dança. Um balé surdo de um vulto que se entrega. Por que se revela? Acho que teu nome próprio é o silêncio que ofereces e teu corpo de peles leves é o que afirmas de ti. Danças porque sem a invenção da tua presença deixas de existir? Danças porque sem a invenção da tua presença deixas de existir. Vou embora. Sei que, com a minha partida, tu também poderás ir. Dorme fundo, meu fantasma mudo, e então serás livre, meu fantasma eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário