contorno com os olhos úmidos a aridez dos corpos
a carne,  essa constelação de vãos
estremeço de uma sede plena
no cultivo lento de numa vegetação de furos
tateio nossas nações opacas:
minha pele, teus olhos
pequenas manchinhas espalhadas nas costas
no dorso das mãos
angulações estreitas, se estreitando ainda mais
quando nos olhamos
nos roçamos longamente
feito bicho faminto assustado diante da presa
que morreu de olhos abertos
o que de mim busca  um conforto inquieto
nessas ecologias perfuradas 
um pouco também da beleza cintilante do dia
sobre qualquer pedaço de chão
passar o dia carregando um oco rente ao peito
com orgulho de quem atravessa o deserto
carregando  um vinho raro
planta teus escombros nos meus ombros disponíveis
que eu fundo Roma bem no oco dos teus lábios