segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Opacidade, depois. Profusão, leito transbordante e calado. Eu invento todos os trajetos, me enrolo nuns panos finos, engordo e emagreço, durmo mal e depois durmo à toa. Eu forço sentidos, corpos um dia amados, tróias incendiadas, tua boca que não toco, minha inação, o medo que desmorono e reconstruo. Enlouquecemos em noites quentes frias de nós dois em qualquer multidão, meu panos brancos, a prisão que estrago, insurreição. Qualquer angústia, uma floresta de peles intocadas e dias em que não virás. Eu embaralho todos os livros, ontologia revirada, latim, alemão, sermões de Vieira, não estás. Eu te espero, e eu espero o quê? Eu praticando a terra, me sujando de mim, o indizível como norma, o mistério espaço. E depois me calo e me estranho e fico pequena menor duvidando de todos os prazeres, toda alegria que um dia foi quente e indomável como um sol. Eu queria te mostrar como é violento você existir. Eu queria ser tua terra, fértil infértil, deserto mangue geleira, e criaremos cidades nações impérios absolutos e já destruídos de nós dois, e dormiremos no silêncio dos espaços devastados. A beleza de qualquer desencontro, todos corpos um corpo, os fogos ardendo arenas de lutas e leitos de amor, o fogo. A tua dor será meu nome? Onde não estou, será meu nome? Tua devoção ao inviolável, ao intocado, eu me curvo. Invento a fuga, corro, deixo quebrar tudo o que construi, eu me atravesso, eu me desvio.
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